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Palavras do Curador da Comissão de Patrimônio da ArqRio sobre a restauração da Igreja de São Cristóvão 
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A restauração da Igreja de São Cristóvão começou a tornar-se realidade no dia 12 de janeiro de 2021, quando ao rezar a São José, eu pedi a ele que a encaminhasse segundo os propósitos de Deus. Minha indagação pessoal era a seguinte: como faríamos esta obra tão necessária para a Arquidiocese? Ao perceber o zelo inestimável de nosso Cardeal Orani João Tempesta para com todas as igrejas de nossa cidade, pensei: como ser diligente e sagaz no apelo para com as empresas, na tentativa de resolver do melhor modo possível e com eficácia esta obra de restauração? A nossa Comissão de Patrimônio estava igualmente unida as preocupações do Revendíssimo Pároco Pe. Edmar Augusto, diante da urgência da restauração desta Paróquia de São Cristóvão. Pe. Edmar, nosso amigo, sempre buscou com seu ardor pastoral arrecadar fundos para esta obra junto aos seus fiéis paroquianos.

Eis, então, que, em minha mente, como num sonho – e o poeta espanhol Pedro Calderón de La Barca já dizia que a vida é sonho – despontou a Dama Dulce Pugliese, da Ordem Equestre de Santo Sepulcro de Jerusalém. Ousei com coragem sacerdotal e lhe fiz o meu pedido: a restauração da Igreja de São Cristóvão. Não houve qualquer espécie de vírgula, de um porém, quando a Dra. Dulce prontamente acolheu o meu pedido. Um sinal estupendo da providência divina.

Após este primeiro momento, conversamos como seriam estes trâmites burocráticos para a restauração. E tudo se seguiu como fora planejado em concordância com a Dra. Dulce e um dos setores da administração de sua empresa, na pessoa da Sra. Claudete Correa e do Dr. Márcio Grossman (por quem fomos muito bem atendidos), e os membros da Comissão que hoje conosco aqui estão nesta celebração eucarística, que o Senhor Cardeal preside, a saber:

Daisy Ketzer, Assessora de Patrimônio da Arquidiocese, que gerenciou paulatinamente com esmerada dedicação esta obra da Igreja São Cristóvão; Dr. Júlio Coutinho, que muito colaborou com sua habilidade jurídica; Ailton Roberto Santos, o nosso querido engenheiro de asas e auditor fiscal desta obra, que é Subtenente da Brigada Paraquedista do Exército Brasileiro, perito em gestão e restauro arquitetônico e arte sacra, que não mediu esforços para acompanhar diariamente toda a obra; Dra. Claudine Millione, Coordenadora do Depto. Jurídico da Mitra, que muito nos auxiliou, tanto na Minuta do contrato, quanto para agilizar demanda de conta específica para receber e repassar cada valor mensal aportado sob a minha responsabilidade, para o devido pagamento à Empresa Acqua Total Projetos de Engenharia Ltda.

Não posso olvidar outros admiráveis parceiros nesta empreitada da restauração desta igreja, como o Engenheiro Civil Francisco Monteiro, que, de fato, tem sido um apoio constante para outros trabalhos de nossa Comissão; o profissionalismo meticuloso do Arquiteto Márcio de Castro; o caro Arquiteto Jorge Astorga, contínuo colaborador de nossos sonhos. Ele foi o autor do projeto executivo e responsável pela aprovação do mesmo junto ao Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).

Mas voltemos a São José. Penso que ele conversou com São Cristóvão, e segundo a Dulce, o padroeiro desta igreja “deu uma mãozinha”, prezados Pe. Edmar e Dom Orani. Quero explicar, pois, aos senhores e aos fiéis desta assembleia o porquê desta conversa entre os santos.

O avô materno da Dra. Dulce, Sr. Manuel Eleutério Gonçalves de Mattos, era devoto fiel de São Cristóvão. Levava uma medalha de São Cristóvão no pescoço, torcia pelo time de São Cristóvão. Para a compreensão desta devoção, caros irmãos, como bem disse a Dra. Dulce, "a fé permeava várias esferas da vida dele".

Decerto a convivência com seus avós fora muito abençoada. Quando a Dra. Dulce era ainda uma menina, seus avós passeavam de bonde e iam a praia com ela.

Dra. Dulce me relatou que seu avô Manuel a levava ao bar, onde conversava com os amigos, à venda do seu Antônio, e não deixava de levá-la ao colégio todos os dias. Era o seu avô Manuel que ia às cerimônias do colégio com ela.

Querida amiga Dulce, permita-me dizer algo de sua convivência com seu avô Manuel, através, ainda, das palavras que comigo você compartilhou:

"Íamos à procissão, à Missa. Aí minha avó ia junto. Éramos inseparáveis. Tive muita sorte. Não tínhamos dinheiro, mas nós nos divertíamos. A minha avó Dulce era Filha de Maria, e me aproximou de Maria Santíssima desde muito cedo. Eles me davam santinhos, que eu levava e dispunha na carteira durante as provas. Ela me deu uma imagem de Santo Antônio de metal, que ficava na minha cabeceira. Uma benção a oportunidade de conviver com eles. Só posso agradecer a Deus. Ouvíamos juntos a Ave Maria todos os dias às 18 horas. Coisas que eu levo comigo todos os dias da minha vida."

Ao ouvirmos o que transcrevi de sua própria fala, o convívio da fé católica cultivada por seus avós, percebemos indubitavelmente em sua infância a marca dos sinais da presença de Deus.

Dra. Dulce, gostaria de manifestar a gratidão de toda a Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da Arquidiocese de São Sebastião e de seu Interesse, pelo seu olhar sensível e coração solidário, que salvaguarda no momento presente este patrimônio valioso da Igreja de São Cristóvão, herança da fé, história e cultura de nossa cidade carioca.

Nesta noite solene em que comemoramos a restauração da Paróquia São Cristóvão, seus avós Manuel e Dulce, das moradas de Nosso Senhor, permanecem conosco numa comunhão estreita de devoção ao Santo Padroeiro desta igreja.

 

 

Demos viva a São Cristóvão!

 

Pe. Silmar Alves Fernandes

Curador da Comissão de Patrimônio da Arquidiocese

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