Convento e Igreja de Santo Antônio
Convento e Igreja de Santo Antônio
Largo da Carioca, s/n - Centro
20050-020 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)2262-0129
Convento e Igreja de Santo Antônio
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - Convento de Santo Antônio
Descrição: No que restou do desmonte do Morro de Santo Antônio, no Largo da Carioca, Centro do Rio, eleva-se a Histórica Igreja de Santo Antônio, fazendo parte do belo conjunto arquitetônico formado pelo Convento do mesmo nome, à esquerda e pela também Histórica Igreja de São Francisco da Penitência à direita. A Igreja foi construído no estilo barroco colonial, combinado com o rococó português. Tem fachada simples, com bloco único, frontal rendilhado e encimado por uma cruz, tendo no centro um olhal em rosácea e capitéis nas extremidades, apoiados sobre as pilastras laterais de cantaria.
Apresentada uma portada central mais larga e duas outras portas laterais em arco, todas de madeira com talhas e portais em cantaria, sendo acessada por uma escadaria de dez degraus, comum ao conjunto arquitetônico. Não há torre campanário, mas uma sineira que abriga cinco sinos, colocada na extremidade direita do prédio do Convento. Mais abaixo, sobre a porta da secretaria, está o oratório com a histórica imagem de Santo Antônio do Relento, com uma lâmpada votiva.
Histórico: A presença dos padres franciscanos no Rio de Janeiro remonta a 1592, quando aqui chegaram os Freis Antônio das Chagas e Antônio dos Mártires, vindos do Espírito Santo. Inicialmente, eles foram instalados na Ermida de Santa Luzia e receberam os terrenos ocupados pelo templo para ali construírem seu convento. Entretanto, a construção do Convento protelou-se por 15 anos. Os religiosos não achavam os locais oferecidos adequados. Com a chegada do Custódio, Frei Leonardo de Jesus, vindo de Pernambuco, pleiteou e conseguiu do governador, a doação do terreno considerado ideal, no Morro do Carmo, depois Morro de Santo Antônio, por escritura de doação datada de 19 de abril de 1607. Retirando-se Frei Leonardo, assumiu como superior o Frei Vicente de Salvador, a quem coube iniciar a construção do Convento e da Igreja. Em 4 de junho de 1608 foi lançada a Pedra Fundamental, levada ao Morro pelo próprio governador, Afonso de Albuquerque, pelo Ex-Governador Martins de Sá, pelo Pe. Pedro de Melo, Reitor do Colégio dos Jesuítas, pelo Pe. Martins Fernandes, vigário da Sé; outras autoridades e o povo também estavam presentes. A obra de grande vulto, se prolongou por muitos anos.Só em 7 de fevereiro de 1615 foi complementada uma parte da estrutura. No dia seguinte foi rezada a primeira missa no Morro de Santo Antônio, em altar provisório. Em 1621, a imagem de Santo Antônio foi colocada no altar-mor. Em 1624, foram finalizados os retábulos para os altares concluídos em 1630. A Igreja atual é a primitiva, embora tenha passado por várias reformas. A primeirafeita por Frei Francisco da Porciúnculaem 1704, aumentou o frontispício da Igreja, colocou três arcadas na frente, finalizou os forros do alpendre e do coro.
Em 1710, durante a invasão de Jean François Duclerc e Duguay-Trouin, o governador Francisco de Castro Maia invocou o auxílio de Santo Antônio diante de sua inferioridade de meios para enfrentar os franceses. Foi então enviado para o Santo a patente de Capitão e o pedido de que a imagem fosse colocada na amurado do Convento, para dali dirigir a batalha. Como por milagre, os invasores foram rechaçados; na ocasião, a imagem de Santo Antônio, colocada no nicho da fachada, recebeu uma lâmpada votiva, passando a ser chamada de Santo Antônio do Relento.
Cem anos depois, a imagem foi agraciada pelo Príncipe Regente, D. João, com o posto de Sargento-Mor; em 1814 foi promovido a Coronel. Além das patentes, em 13 de agosto de 1814, o Príncipe Regente agraciou a imagem com a grã-cruz da Ordem de Cristo. Há sepultamentos importantes, no claustro e na Igreja, como o do Cardeal Lorenzo Caleppi, primeiro Núncio Apostólico do Brasil, e do Frei Fabiano de Cristo, que dentre outras virtudes, dedicou sua vida aos enfermos. Há na Igreja uma placa em homenagem ao Frei Francisco de Santa Teresa de Jesus Sampaio, conselheiro de D. Pedro I, que escreveu o “manifesto do Fico”, que ficou exposto na Sé provisória da Igreja de Na. Sra. do Rosário e dos Homens Pretos para as assinaturas do povo.
O Templo não é uma Igreja Matriz, mas uma das mais importantes Igrejas Históricas da Cidade, estando ligada à Catedral Metropolitana. Nela foi ordenado Padre o Frei Galvão, o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, no dia 11 de maio de 2006. A Pia União de Santo Antônio socorre famílias por mês e a bolsa “Pão dos Pobres” totaliza a assistência pessoas carentes mensalmente.
O Convento administra uma instituição chamada SEFRAS, de auxílio à população marginalizada e carente, com cursos de informática e apoio escolar não-formal. Como relíquias, o Tempo guarda um fragmento do hábito de Santo Antônio em uma Capela interna, relíquias de vários santos e artes sacras.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009