Igreja da Imaculada do Nosso Senhor do Bonfim e Nossa Senhora do Paraíso

Irmandade Senhor do Bonfim e Nossa Senhora do Paraíso                                
 

DECRETO IRPH N° 27.650/2007

Descrição: A Igreja foi construída no estilo barroco tradicional e apresenta fachada em bloco único, com frontão triangular encimado por uma cruz de ferro. À direita, eleva-se a torre campanário, que tem espaços vazados em arco nas quatro faces, que abrigava quatro sinos, tendo na cobertura balaustrada com pináculos nos quatro cantos, à guisa de mirante e cúpula bulbosa, encimada por uma cruz de ferro. Na fachada, há uma portada decorada em cantaria com porta em arco romano e duas portas laterais; a da esquerda corresponde ao corredor que leva à secretaria e à sacristia, a da direita, ao espaço da escada de acesso ao coro e à torre e ao corredor lateral.

Histórico: Esta é uma Igreja de difícil reconstituição histórica. Não é lembrada nos livros que tratam das Igrejas Históricas do Rio de Janeiro, e mesmo a Irmandade que por ela zela não guarda qualquer referência histórica substancial. A devoção à Nossa Senhora do Paraíso chegou ao Brasil em 1740, trazida pelo Capitão-de-Marinha português Teodósio Rodrigues de Faria, da Província de Salvador, na Bahia. A origem da Igreja do Senhor do Bonfim e Nossa Senhora do Paraíso em nossa Cidade se prende a uma pequena capela construída no século XIX, na antiga praia de São Cristóvão.

Sua fundação se deu em 1851, por Luiz Baptista Corrêa, baiano e devoto do Senhor do Bonfim que trouxe o culto para o Rio de Janeiro.  Em 10 de novembro de 1856, após desembarcar nesta Corte a imagem do Senhor do Bonfim vinda da Bahia foi levada em procissão até a pequena capela. Esta imagem é semelhante à sua equivalente existente na Igreja do Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia. Em 16 de fevereiro de 1859, a Igreja recebeu provisão de edificação. A Igreja foi benta em 19 de outubro de 1862. Em 26 de abril de 1864, a Irmandade do Senhor do Bonfim e Nossa Senhora do Paraíso teve compromisso aprovado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, ficando responsável pelo zelo da Igreja.

A Carta Imperial de 16 de julho de 1864 reforçou tal compromisso. Desde então, a Irmandade cuida e administra a Igreja. Com o aterramento do mangue do Caju e adjacências, já no início do século XX, a Igreja deixou de estar localizada na praia, situada hoje ao lado da Avenida Brasil.O historiadorOlinto José de Carvalho, destaca que há fatos relevantes que favoreceram o seu esquecimento: a proclamação da República, o aterro da região portuária devido a expansão da Cidade e  que sepultou as três praias da região, a de São Cristóvão, Saúde e do Valongo,  a abertura da Av. Brasil e finalmente, a abertura da Av. Perimetral que acabou por sufocar a histórica Igreja. É forçoso se reconhecer que o templo não se encontra em bom estado de conservação e sim em estado de abandono, fato lamentável para uma Igreja que foi frequentada pela Corte Imperial.

Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009"            

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