Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro
Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro
Rua Morais e Vale, 111 - Lapa
20021-260 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)3094-8307
Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro
Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo
Descrição: A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa é um dos mais importantes templos históricos do Rio de Janeiro. Sua localização é também especial, em local tradicional, o Largo da Lapa, que já foi no passado a Lagoa do Boqueirão do Passeio. Situada na rua Morais e Vale, a bela Igreja ostenta um marco indelével da atuação laboriosa dos religiosos Carmelitas na assistência espiritual em nossa Cidade. A Igreja ocupa um pequeno quarteirão entre as ruas da Lapa e Morais e Vale. Seu frontal apresenta um segmento central com pináculo decorado, encimado por uma cruz.
Histórico: Em 1590, chegaram ao Rio de Janeiro, vindos de Santos, os primeiros frades Carmelistas, chefiados por Frei Pedro Viana, que acabava de fundar o recolhimento naquela Cidade paulista e que aqui aportara com o mesmo intento. Foi-lhe concedido o terreno onde se achava a Capela de Nossa Senhora do Ó, atualmente, Praça XV de novembro, esquina com a rua Sete de Setembro, e que servira, desde 1581, de residência aos primeiros frades beneditinos que pisaram nestas terras. Conseguiram os Carmelitas grandes favores do Governo e total colaboração do povo católico.
Entre outros donativos, foi-lhes concedida a Ilha das Enxadas, para dali extraírem toda a pedra necessária à construção do Convento e da Igreja, já que a prática da religião exigia acomodações mais amplas que as oferecidas pela velha Ermida do Ó. Em alguns anos as obras foram concluídas, em prédio de três andares, que permanece até hoje, sendo atualmente objeto de uma restauração. A construção da Igreja foi precipitada, segundo a lenda, por lamentável acontecimento, que enlutou várias famílias da época.
Em dia de grande culto, o teto da velha Ermida, já arruinado pelo tempo, desabou sobre os fiéis, causando várias mortes e inúmeros feridos. Refeitos do trauma da tragédia, erguerem a nova Igreja, para cujas obras contaram com a proteção e a ajuda do Visconde de Bobadela, então Governador da Cidade, no final do século XVIII.
Em 1808, chegaram ao Rio, as naus conduzindo a Corte Portuguesa, o Príncipe Regente Dom João, Dona Carlota Joaquina, os príncipes D. Pedro e Dom Miguel, as princesas, nobres e serviçais do Paço, acossados que foram pelas tropas de Napoleão Bonaparte, que invadiram Portugal por não atendimento ao decreto napoleônico do Bloqueio Continental contra A Inglaterra.
Os ilustres visitantes foram alojados no Palácio dos Governadores, hoje Paço Imperial. No entanto, o local era insuficiente para acomodar tanta gente, por isso os Carmelitas tiveram que ceder o Convento para o uso dos monarcas de Lisboa, sendo também a Igreja de Nossa Senhora do Carmo transformada em Capela Real.
Os Carmelitas foram então para o Hospício Nossa Senhora da Oliveira, na Rua dos Barbonos (atual Evaristo da Veiga, onde está hoje o Quartel Geral da Polícia Militar); Nessa residência provisória, na atual Praça XV, os Carmelitas estiveram até 1810, quando houve a troca de convento sob o bispado diocesano de D. José Caetano da Silva Coutinho, pelo seminário e uma pequena Capela sob a invocação de Nossa Senhora da Lapa do Desterro, construídos em terreno doado pelo Capitão Ribeiro Pereira, com construção datada de 1751.
Com a ocupação dos Carmelitas, o seminário foi transformado em convento, e a Capela de Nossa Senhora do Desterro (desterro pela proximidade com o Morro de Santa Teresa, na época com aquela denominação) em Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa.
A transladação da imagem da Padroeira foi realizada em solene procissão em 24 de outubro de 1810, com brilhante festa à qual comparecerem o príncipe Regente e toda a Corte, para assistir à entronização da Virgem do Carmo. Desde essa época, os frades da Província Carmelita e Sano Elias cuida com esmerado zelo e dedicação tanto da Igreja como do convento, além da Matriz de Nossa Senhora do Carmo de Vicente de Carvalho, datada de 1947.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009