Igreja de Nossa Senhora do Desterro
Igreja de Nossa Senhora do Desterro
Rua Barros de Alarcão, 1.305 - Pedra de Guaratiba
23027-340 - Rio de Janeiro, RJ
Igreja de Nossa Senhora do Desterro
Mitra Arquiepiscopal
Descrição: Em uma pequena elevação na praia da Capela, na rua Barros de Alarcão, 1305, na Pedra de Guaratiba, está erigida a histórica Igreja de Nossa Senhora do Desterro que data de 1629. O templo é considerado o quarto templo mais antigo do Rio de Janeiro, depois das Igrejas de Bonsucesso (1567), de Santa Luiza (1592), no centro e de Nossa Senhora da Apresentação (1613) em Irajá.
A Igreja tem estilo barroco colonial, tendo sofrido várias reformas ao longo dos anos. Após a última grande reforma ocorrida em maio de 1986, passou a apresentar fachada com bloco único, revestida de azulejos na cor azul. Exatamente à frente da Igreja há um cruzeiro junto a rampa que desce para a praia, tendo daí uma bela vista panorâmica da Restinga de Marambaia.
Histórico: Por volta de 1563, o destemido Manoel Veloso Espinhosa chegou ao Brasil, convidado pelo Governador Geral Mem de Sá, para ajudar na resistência aos franceses, que invadiram também a Baía de Sepetiba. Manoel Veloso se casou com Jerônima Cubas, filha do desbravador e fundador da vila de Santos, Brás Cubas, recebendo da Coroa, em 1579, vasta extensão de terras na zona oeste da região do Rio de Janeiro. Assim, em 1580, Veloso fundou a Sesmaria de Guaratiba, onde se estabeleceu. Essas terras passaram como herança a seus filhos, Manoel Veloso Espinhosa Filho e Jerônimo Veloso Cubas, casado com Beatriz Alvares Paço.Em acordo firmado na atual região da Cinelândia, essas terras foram divididas, ficando Manoel com a fazenda de Santa Cruz e Jerônimo com a Freguesia de Guaratiba, onde mandou construir, em 1629, uma pequena ermida consagrada a Nossa Senhora do Desterro, além de um cemitério. Com o desaparecimento de Cubas e sua mulher, que não deixaram herdeiros, as terras foram doadas aos Carmelitas, que evangelizavam a região e assumiram o compromisso de celebrar 150 missas em intenção de suas almas e os sepultar na Ermida. Não demorou para os Carmelitas construírem seu convento junto ao cemitério da Ermida.
A partir de 1950, essas terras foram vendidas pelos pescadores proprietários à Companhia Continental de São Paulo, que destruiu as ruínas do antigo Convento dos Carmelitas e do cemitério para loteamento e urbanização da região. Ao longo dos tempos, a primitiva Igrejinha sofreu várias reformas. A primeira restauração ocorreu no fim do século XVII. No século XIX, ocorreu a mais importante reforma, em que a Ermida foi ampliada e recebeu a colocação de azulejos portugueses.
Em 21 de dezembro de 1874, foi concluída a nova restauração; a última aconteceu em 6 de maio de 1989, quando foram realizados os serviços de reparação das rachaduras existentes desde os alicerces até a cobertura, devido aos disparos de artilharia do Polígono de Tiro da Restinga de Marambaia, que fica do outro lado do mar, bem à frente da Igreja. A obra foi realizada em mutirão por 30 devotos, tendo à frente o s Srs. Waldemiro Filho, Celso de Almeida e Luiz de Freitas, tendo sido concluída em dezembro do mesmo ano.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009