
Igreja de São José
Igreja São José
Avenida Pres. Antônio Carlos, s/n - Centro
20020-010 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)2533-4545
Igreja de São José
Irmandade do Glorioso Patriarca São José
Descrição: Na avenida Antônio Carlos, esquina com a rua São José e com a Travessa da Natividade, no Castelo, está ereta a histórica Igreja de São José, uma das mais importantes do Rio, com destaque para sua estrutura externa e interna e para seus carrilhões, no passado entoavam hinos e canções sacras nos dias de festas.
A Igreja, construída predominantemente no estilo barroco, apresenta fachada singela e harmoniosa, com dois pares de pilastras de cantaria com capitéis que limitavam o espaço central com os dois espaços laterais. Atrás do belo altar, há um espaço muito venerado pelos fiéis, que guarda um expressivo acontecimento sacro que, segundo a tradição, não deve ser revelado e sim visitado.
O frontispício espelha uma fase de transição de estilos, característica da segunda metade do século XIX. O espaço interior é constituído pela nave central, ladeada por dois corredores. A talha pesada que cobre as paredes da Igreja, de estilo rococó tardio, é do Mestre Simeão de Nazaré, aluno do Mestre Valentim. A sacristia, simples e bem-conservada, com arcazes de jacarandá lavrado, vale a pena ser visitada.
Histórico: A devoção ao Glorioso Patriarca São José é muito antiga no Rio de Janeiro, remontando a 1608, quando havia no local da Matriz uma tosca e pequena ermida. Não se sabe ao certo o início dessa devoção, pela absoluta falta de documentos da época, já que tudo no Rio de Janeiro foi pilhado e saqueado pelo vandalismo dos invasores franceses, chefiados por Duguay Trouain, em 1711. O local da ermida foi doado em 1608, pelo Governador da Capitania, D. Luiz de Almeida. Tal ato foi aprovado pelo Rei de Portugal, d. João IV.
Em 1575, o Papa Gregório XIII, atendendo ao pedido do Rei D. Sebastião de Portugal, criou a Prelazia do Rio, desmembrando-a da jurisdição espiritual da Bahia. Havia no Morro do Castelo (hoje demolido), a Igreja de São Sebastião, escolhida pelo bispo D. Pedro Leitão para ser a primeira Sé do Rio de Janeiro. Enquanto isso, a frequência na Igreja de São Jose aumentava a cada dia, por ser mais acessível que a subida do Morro.
Em 1659, estando a Igreja de São Sebastião relegada ao abandono, quase em ruínas, resolveu o prelado D. Manoel de Souza e Almada transferir a Sé para a Igreja de São José. Tal situação, entretanto, não durou muito tempo. O prelado D. Manoel não era persona grata para os irmãos da Irmandade, surgindo desagrado e desavenças sérias entre as duas facções.
A Câmara foi chamada a intervir e ficou decidido ser enviada uma representação ao Rei de Portugal, D. Afonso VI, solicitando uma solução definitiva para o caso. A resposta foi categórica, o Rei d. Afonso VI determinou que a Sé continuasse no Morro do Castelo. Com essa decisão real, voltou a paz à Agremiação de São José. No início do século XIX, a Igreja se encontrava seriamente desgastada pela ação do tempo, exigindo uma reparação urgente para evitar que caísse em ruína. Em 1807 foi aprovada a planta da nova Igreja,que seria construída no lugar da antiga ermida.
Corria o pontificado do Papa Pio VII, e o ato foi aprovado pela Rainha Maria I, que reinava em Portugal por seu filho, o Príncipe D. João, sendo o Bispo desta Diocese D. José Caetano da Silva Coutinho, Capelão da Casa Real, e Vigário Geral da Freguesia o Pe. Inácio Pinto da Conceição. As obras foram iniciadas com muito empenho, contando com esmolas espontâneas do povo e uma contribuição do Governo Real. Projeto de Feliz José de Souza, com modificações realizadas pelo arquiteto português João da Silva Muniz.
Em 1824, terminadas as obras, foi inaugurada a nova Igreja com grande pompa e inúmeras solenidades. O Templo não é uma Igreja Matriz, mas tem importância histórica marcante no passado de nossa Cidade. A Igreja, além de evidentes relíquias históricas, possui outras relíquias religiosas, guardadas em segredo. O Templo está ligado à Paróquia de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009