Igreja de São Roque
Igreja de São Roque
Rua Padre Juvenal, s/n - Praça de São Roque
20397-070 - Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)3397-0270
Igreja de São Roque
Mitra Arquiepiscopal
Descrição: Na romântica Ilha de Paquetá, chamada por D. João VI de “Ilha dos Amores”, mais precisamente no centro da Praça São Roque, está erigida a histórica Igreja de São Roque, como testemunha do passado glorioso da Ilha, quando era frequentemente visitada por figuras da Corte, e sendo, ainda hoje, atração para namorados, artistas e pensadores.
Em 1695. A Igreja primitiva ficava no mesmo local em que está hoje, mas passou por várias reformas, sendo o templo atual fruto da última reconstrução, em 1905. Ele foi construído em traços que lembram o estilo romano.
Histórico: Em 1907, o Pe. Manuel Antônio Espinha, conseguiu da Corte de Lisboa necessária provisão para a fundação de uma Igreja na Ilha, sob a invocação de São Roque.
O primeiro proprietário de um lote de terreno no norte da ilha, que logo se transformou em fazenda, foi o português Inácio de Bulhões, que aqui chegara de Portugal com Estácio de Sá, a quem se atribui a construção da Igreja. Entretanto, pouco se conhece da história desta Igreja até o ano de 1728, quando o Bispo D. Antônio de Guadalupe concedeu a permissão para que tivesse pia batismal e ministrasse extrema-unção, considerando que a Igreja ficava muito distante da Matriz de Magé, no continente, à qual estava ligada. Em 1833, por decreto imperial, a Ilha de Paquetá foi desmembrada da Freguesia de Magé e incorporada ao município da Corte.
A capelinha tinha um único altar, com o padroeiro São Roque, e era dividido em três segmentos, o primeiro a Capela-mor com o altar, o segundo a nave, onde os fazendeiros e seus convidados assistiam às celebrações e o terceiro, próximo à porta, em espaço ladrilhado e separado da nave por uma grade, destinado aos escravos. Falecendo o então proprietário Capitão José Joaquim Pinto Serqueira em 1848, a posse da Capela passou a seu filho, Pedro José Pinto Serqueira, que logo promoveu grande reforma na Igreja e sendo pessoa humanitária, tratou logo de remover a grade que separava os escravos, mandando assoalhar toda a nave e construir dois altares laterais, um deles onde está a magnífica imagem de Nossa Senhora das Dores, vinda de Portugal, e outra em homenagem a São Sebastião.
Em 1876 Pedro José faleceu e a possa da Capela passou à Sra. Adelaide Adelina Serqueira de Alambary Luz, que morreu em 1897.Alguns anos mais tarde, seu esposo, José Carlos d’Alambary Luz, bem como seus filhos, passaram em cartório a posse da Capela e de todos os bens ao Arcebispo do Rio de Janeiro, na pessoa do Arcebispo D. Joaquim Arcoverde. Pouco tempo depois, a Capela se achava em precário estado e foi demolida para a construção de um novo templo, cuja construção teve início em 1910. O pároco Pe. Pouton, entregou o projeto ao arquiteto Miguel Bruno, que procurou manter as linhas primitivas da construção, imprimindo em sua planta traços do estilo jônico. A Igreja foi concluída em 1911.As festas de São Roque, tradicionais na Ilha de Paquetá em 16 de agosto, tinham grande importância no passado, atraindo pessoas de cidades vizinhas e o próprio rei D. João VI e seus cortesãos. O soberano se hospedava na casa do oficial de milícias Francisco Gonçalves da Fonseca, na rua dos Muros, passando ali alguns dias, longe das intrigas da Corte. D. Pedro I, José Bonifácio, Evaristo da Veiga e várias outras figuras do Império, apareceram às festas do Santo Mártir.
É importante assinalar a atuação da antiga Capela de São Roque durante a rebelião da Armada em 1893, recebendo os corpos mutilados de marinheiros e oficiais feridos e mortos na contenda política. Paquetá era a base de operações dos rebeldes chefiados pelo Almirante Custódio José de Melo contra o governo do Marechal Floriano Peixoto. O templo não é uma Igreja Matriz, mas uma importante Igreja Histórica da Cidade, estando ligado à Paróquia do Senhor Bom Jesus do Monte.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009