Igreja do Bom Jesus da Coluna
Bom Jesus da Coluna (pertence ao Ordinariado Militar)
Avenida Pedro II Capelania Militar - Cidade Universitária - Fundão- Rio de Janeiro, RJ
Tel(s): (21)3836-8199
Igreja do Bom Jesus da Coluna
Ordinariado Militar do Brasil
Descrição: Nos confins da Ilha do Fundão, esquecida em bucólico recanto da região, a velha e histórica Igreja do Bom Jesus da Colunaparece renascer para nos deleitar com as preciosas relíquias religiosas e histórica que ele encerra.
A Igreja foi restaurada recentemente pelo Exército Brasileiro que tem instalações na região, após passar um longo tempo em meio ao abandono. Construída no estilo colonial jesuístico brasileiro, tem a fachada em bloco único.
Histórico: A origem da Igreja de Bom Jesus da Coluna, na Ilha de Bom Jesus, remonta à chegada ao Brasil dos missionários franciscanos. Eles chegaram à Ilha de Bom Jesus em 1699. Ela tinha a denominação primitiva da Ilha da Caqueirada. Com a chegada dos franciscanos, passou a se chamar Ilha dos Frades e, após a construção da Igreja conventual, recebeu o nome de Ilha de Bom Jesus. Era proprietária da ilha Dª Inês de Andrade de Araújo, viúva do Cap. Francisco Teles Barreto e tia do Pe. Belquior de Andrade Araújo, sacerdote do hábito de São Pedro. Dª Inês cedeu à Ordem toda a ilha, em escritura de 12 de maio de 1704.
Na época, o Convento de Santo Antônio estava com dificuldade de espaço e o provincial, Frei Boaventura de Jesus, conseguiu a cessão da ilha e lançou a Pedra Fundamental das obras no ano seguinte, como confirma a data de 1705, no arco de uma das portas do frontispício da histórica Igreja. Mais tarde, houve ampliação, criando-se a Igreja e o Convento. As obras foram concluídas em 1710. Dª Inês de Andrade faleceu em 1715, tendo revogado em parte no testamento sua doação, deixando para os frades apenas o terreno onde haviam construído a Igreja e o Hospício. Antônio Teles de Menezes, neto e herdeiro de Dª Inês, Juiz de Órfãos na Cidade, mandou lavrar nova escritura, dando aos franciscanos a possa de toda a ilha.
Em 1719, o Hospício foi ampliado e transformado em Convento e Casa de Estudos. Ainda em 1719, os franciscanos resolveram desistir da parte revogada por Dª Inês e foi então lavrada a nova escritura, em 1719, restituindo metade da ilha ao neto herdeiro, Antônio Teles de Menezes. De 1719 a 1742, o Convento serviu de Casa de Estudos Superiores e, de 1742 a 1809, foi utilizado para Casa de Noviciado. O juiz Antônio teles de Menezes faleceu em 1757, e sua sepultura, um pouco além do arco cruzeiro, tem lápide de pedra de lióz com o brasão da família.
Os Bragança eram devotos de São Francisco, e no Brasil, em 1808, o Príncipe Regente D. João passou a assistir às festas do Santo na Igreja do Bom Jesus da Coluna. Foi notável a pompa da festa que celebrou em 1819, o nascimento da princesa D. Maria da Glória, sua primeira neta. Com a volta da família real para Portugal em 1821, e com a Proclamação da Independência e, 1822, o País sofreu grandes transformações. D. Pedro I não continuou a tradição da família em relação ao culto religioso.
Com isso, o Convento e a Igreja de Bom Jesus da Coluna perderam prestígio e passaram a surgir diversas requisições de suas instalações. A primeira, em julho de 1822, servir de Hospital dos Lázaros, que ali permaneceram até 1833.
Em 1836, o Convento foi requisitado para abrigar os colonos espanhóis das Canárias, atacados de terrível febre. Em 1850, o convento abrigou os doentes da epidemia de cólera. Em 1852, a Princesa Isabel cedeu o convento às irmãs alemãs do Sagrado Coração pelo prazo de 20 anos, contrato rescindido em 1856.
Em 1857, o convento foi cedido para isolamento dos doentes da febre amarela que assolava a Cidade. Em 1858, o governo transformou o Convento no Asilo dos Inválidos da Pátria da guerra do Paraguai. A partir de 1879, a Igreja de Bom Jesus da Coluna guardou por alguns anos o corpo embalsamado do Marechal Manoel Luiz Ozório, Marquês do Herval.
Atualmente, o local tem instalações do Exército Brasileiro e a Igreja é administrada e assistida pela Capelania Militar do Exército Brasileiro, que promoveu um acordo com o IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para a restauração do velho templo, inaugurado em 2008.
A Igreja não está ligada a qualquer Paróquia. Tem capacidade para 80 fiéis sentados. Desenvolve modesto programa de assistência social, com doações para as famílias cadastradas de roupas, calçados, alimentos e remédios.
Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009